Segundo
teorias literárias o destino dos heróis da epopeia é traçado pelos deuses ; o
herói da epopeia não enfrenta a angústia da escolha. O que não acontece com os heróis do romance.
E quando
se lê ficção o que acontece? Acontece aquilo que se chama catarse... e
mais : O leitor é , de alguma forma,
aquela personagem , quando se identifica com ela.
Quando o leitor ri do herói cômico, está rindo
de si mesmo, porque se vê ali. Ri também porque
foi com “ o outro” e não consigo mesmo.
E o anti-herói?
Às vezes preguiçoso... Repleto de
“ baixezas” , a exemplo de Macunaíma ou até mesmo Dom Quixote.
Em toda obra literária deve haver
verossimilhança... mas também ocorre inverossimilhança. Quando Ulisses retorna
para sua cidade depois de 20 anos, seu cachorro ainda o espera
e dá o último suspiro quando ver
Ulisses ; a mulher do herói ainda estava
linda e com um grupo de homens lhe fazendo corte. E o herói do filme? Ele cai do
avião, sobrevive e nem o seu chapéu cai .
Faltou verossimilhança interna ,
o episódio não foi aceito nem mesmo na ficção, quebrando todas a regras
da lógica.
Quanto ao romance, este veio trazendo consigo o
individualismo , porque a leitura é algo individual . Você e o livro. Antes
as composições eram dirigidas aso grupos ; os poemas , por exemplo, eram
recitados para várias pessoas
acompanhados de uma lira, o romance não permitia isso.